Chega de bolsonarismo na UFRA!
- sindtifes
- há 1 dia
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Comunidade ufraniana,
No próximo dia 29/05 (quinta-feira), haverá votação para a escolha da reitora que irá dirigir a UFRA pelos próximos quatro anos. Em toda a existência da instituição, o momento atual é o segundo mais polêmico, que envolve a escolha de dirigente mor e o direito de voto da comunidade. Por que o segundo? Explicamos:
Durante toda a era da Escola de Agronomia da Amazônia (EAA) e maior parte da era Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), não era permitida a votação da comunidade. Porém, em 1992 ocorreu o que consideramos o episódio mais polêmico até aqui. Naquele momento, diante de mais uma negativa ao direito de voto da comunidade, patrocinada pelos herdeiros da ditadura, houve uma forte reação de docentes, técnico-administrativos e especial protagonismo de estudantes, que incluiu barricadas e acampamento nos portões da FCAP por várias semanas. Ainda assim, os golpistas conseguiram driblar o cerco e encaminhar a escolha, conforme já haviam decidido.
Portanto, foi somente a partir de 1996 que o golpismo deixou de desafiar a comunidade, quando, embora a votação tivesse o peso proporcional de 70% para docentes, significava um avanço em relação ao período anterior. A partir de 2003, a FCAP transformou-se em UFRA, trazendo avanços democráticos muito mais significativos, através da votação paritária, isto é, mesmo peso proporcional para cada categoria interna, além da paridade nos Conselhos Superiores, colegiados e comissões, na qual estes órgãos passaram a ter o mesmo número de representantes por categoria interna. E assim foi realizado até a posse da atual reitora, que não obteve a maior votação na comunidade, mas foi nomeada pelo governo passado, que não tinha o menor apreço pela democracia. A partir de então, a democracia interna da UFRA foi de ladeira abaixo.
A reitora rompeu com o pacto democrático de 2003, abolindo a votação paritária e a paridade nos órgãos colegiados de decisão. Afinal, o projeto da extrema direita fascista que apadrinhou a reitora não é o de promover o desenvolvimento das universidades, mas o de destruí-las, a começar por suas conquistas democráticas. Por isso, chegamos ao momento atual, perpassando por diversas etapas polêmicas, que incluem a quebra de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e reiteradas intervenções do judiciário no conturbado processo que se encaminha para a penúltima etapa, no próximo dia 29/05.
Após isso, haverá reunião do Consun alinhado à reitora, que baterá o martelo. Vale ressaltar que, recentemente, este conselho aprovou que a sua decisão não precisa levar em conta a votação da comunidade, permitindo a outros atores que não se submeteram à opinião da comunidade concorrerem à reitoria. Portanto, temos mais esse portal aberto ao golpe na democracia, como se já não bastasse à reitora apropriar-se da máquina administrativa por método espúrio, que lhe possibilita vantagem na disputa. Por fim, cabe à geração atual demonstrar seu valor à democracia, como o fez a geração de 1992 e, de forma organizada, rejeitar a quem não respeita a tradição democrática da Ufra, avaliar desdobramentos, agir de maneira contundente, enfim, fazer-se respeitar.
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