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Aula pública demonstra falta de compromisso do governo Lula com o financiamento das universidades e institutos federais

O Sindtifes-PA, em parceria com a Adufpa, o Coletivo Juntos e o Movimento Correnteza realizaram na manhã de quinta, 22/05, aula pública com tema “As universidades vão parar? Os impactos do decreto 2.448/25 e do ajuste fiscal no orçamento da educação”. A atividade ocorreu no Hall da Reitoria da UFPA e via Google Meet, como parte do primeiro dia de paralisação das e dos TAEs da UFPA, UFRA, UFOPA e Unifesspa, que cobram, além da devolução dos recursos das universidades e institutos federais, que o governo Lula cumpra plenamente o acordo de greve, firmado em 2024.


Contribuíram com o debate Raimundo Costa, pró-reitor de administração da UFPA, e Emerson Duarte, diretor do ANDES-SN, Regional Norte 2. Raimundo, que é técnico-administrativo, explicou que a gestão superior da UFPA está fazendo diversos esforços para que as atividades da maior universidade do Norte do Brasil não precisem parar, ressaltou que a prioridade, numa circunstância de contingência, é garantir recursos para a permanência de estudantes. “Sem estudantes, não temos razão de ser, aí o que sobrar a gente vê as outras questões que a gente precisa atender”, pontuou.


Ele explicou que o reitor da UFPA e de outras IFES estão nesse momento em Brasília, num movimento da Andifes contra o decreto 2.448/25. Ressaltando a importância das gestões superiores nessa luta, o professor Emerson Duarte argumentou que a autonomia universitária das universidades, o financiamento das próprias vêm sofrendo diversos ataques ao longo dos anos, a exemplo do projeto que pretende desvincular a educação como despesa obrigatória. “O Brasil gastou [em 2024] R$ 360 bilhões apenas para pagamento de juros e amortizações da dívida pública. R$ 300 bilhões a mais do que o orçamento para as universidades no mesmo período”, destacou o professor.


Emerson e diversas pessoas que participaram presencial e virtualmente ressaltaram o fato de que o problema do Brasil não é falta de recursos, e sim a opção política de destinar a maior parte da fatia do orçamento para banqueiros, para o centrão e o agronegócio, para citar alguns exemplos. “É fundamental nos apropriarmos desse debate, que a gente tenha conhecimento sobre o tema do orçamento, porque no final das contas é isso que dita as regras do funcionamento da universidade. Nós já estávamos lidando com um orçamento menor, esse ano, e esse decreto prejudica diretamente toda comunidade universitária. Falta até água nos bebedouros”, denuncia Moara, do coletivo Juntos e diretora da UNE, pela oposição.


“Como técnicos, sabemos do esforço que existe pra dar um jeito, pra arranjar verba de um outro lugar, mas cada dia mais os processos [de solicitação de recursos] voltam, por falta de orçamento, não tem dinheiro pra consertar o ar condicionado, não tem dinheiro pra renovar as cadeiras, não tem dinheiro pra garantir o auxílio de um estudante que precisava ir pra algum evento”, elenca Joice Souza, TAE da UFPA e militante da Combate Sindical. Ela e várias lideranças acusaram o governo Lula de trair categorias que contribuíram para sua eleição, e que a política econômica adotada pelo governo dele não se difere em muito da que era implementada por Bolsonaro.


Segundo dia de paralisação

Sexta, 23/05, será o segundo dia de paralisação, com entrega de documentos pelo Sindtifes-PA à reitoria, com propostas de combate aos assédios e opressões, além de um debate, às 10h, sobre a luta pela jornada de 30h nas universidades, que ocorrerá novamente no Hall da Reitoria da UFPA e via Google Meet.



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