Sex, 09 de Março de 2012 13:50 |
Ontem, 8 de março, foi marcado pelas comemorações do Dia Internacional de Luta da Mulher. Essa data ganhou repercussão mundial na década de 1970 quando a Organização das Nações Unidas (ONU) a reconheceu e adentou ao seu calendário. No entanto a origem da data está relacionada com a lutas de mulheres trabalhadoras e pobres que ao longo da história lutaram por direitos negados pelas classes que detinham o poder político. Na fase atual de desenvolvimento capitalista, a data está sendo vinculada a conquista das mulheres no mercado de trabalho e no cenário político.
A falsa ideia que o machismo acabou não pode nos seduzir. Os números de agressões e assassinatos por motivações machistas crescem a cada ano. Apesar de estudarmos por mais tempo que os homens, em geral, ainda recebemos uma remuneração em média 30% menor, exercendo a mesma atividade que eles. Padecemos muito mais com o desemprego e estamos em grande número lotadas nos setores mais precarizados do mercado de trabalho.
Seguindo o compromisso da gestão "Avançar na Luta", o Sindtifes-Pa participou do debate "Acesso e permanência para mulheres universitárias na UFPA", organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da Ufpa (DCE-Ufpa). O espaço também foi marcado pelo lançamento da Campanha Estadual do Movimento Mulheres em Luta (MML) por mais Creches Públicas. Além do debate o sindicato engrossará as fileiras dos outros atos que acontecerão essa semana em reivindicação às demandas das mulheres paraenses.
De acordo com dados do IBGE de 2008, mais de 90% das crianças de 0 a 3 anos estão fora das salas de aula no Estado, ou seja, quase 500 mil crianças. Na Região Metropolitana de Belém este número é de 85,2%. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calculou em mais de R$ 2 bilhões o recurso necessário para que o Estado cumpra a meta de garantir o ingresso de 223 mil crianças na sala de aula.
A luta por creches também deve ser uma luta das servidoras, pois sabemos que pouquíssimas universidades, dentre as quais nenhuma no Pará, disponibiliza creche para que as servidoras mães possam trabalhar com tranquilidade, na certeza de que seu filho está amparado e seguro. Precisamos exigir dos reitores da Ufpa, Ufra e Ufopa a imediata abertura de creches universitárias, em tempo integral.
Nossa participação nas discussões do XXI CONFASUBRA, é fundamental. Precisamos lutar por uma federação que reflita o debate de combate às opressões, e ao machismo em especial. Nós mulheres, somos a maioria da categoria. Embora na Fasubra e nos sindicatos, as diretorias são compostas majoritariamente por homens.
O Sindtifes está lançando neste mês de março a Campanha "Para Avançar na Luta contra o Assédio Moral", que visa auxiliar na identificação e propiciar combate jurídico a essa prática destrutiva, que como reflexo do machismo imperante na sociedade, atinge um número alarmente de mulheres trabalhadoras.
Para avançarmos na luta contra o machismo precisamos incorporar o real sentido do 8 de março em todos os dias das nossas vidas. Seja combatendo bricadeiras e piadinhas que nos desqualifica e nos coloca como mero objeto sexual, seja reivindicando melhores condições de trabalho, salários iguais, combatendo o assédio sexual, exigindo creches públicas etc.
Nossa participação política é decisiva!
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