Seg, 13 de Fevereiro de 2012 14:56

Ao menos 130 pessoas foram presas e centenas ficaram feridas; Atenas foi palco de incêndios e confrontos. A aprovação de um novo pacote de austeridade fiscal pelo Parlamento gerou uma fúria popular que se espalhou por todo o país. Ao menos 130 pessoas foram presas e centenas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e a polícia. Durante todo o último domingo (12/02), na capital Atenas, pelo menos 80 mil pessoas ficaram reunidas em frente à sede do Parlamento, na praça Syntagma, para, em vão, mostrar sua insatisfação diante as medidas que serão aplicadas.

Na manhã desta segunda-feira (13/02), a cidade mostra as cicatrizes dos confrontos, que envolveram bombas de gás lacrimogêneo lançadas pelos policiais contra os populares que, por sua vez, jogavam pedras e coquetéis molotov. Outro importante local de manifestação foi a praça Omonoia.

Ao menos 45 edifícios em Atenas sofreram com incêndios, enquanto pelo centenas de lojas e cafés foram depredados. Seus proprietários se esforçavam para limpar os destroços e os vidros quebrados, no início de uma semana que deverá produzir uma nova dor de cabeça para as seguradoras.

A violência teria começado durante a tarde de domingo, quando o cantor Mikis Theodorakis, que convocou o protesto junto com os sindicatos do país, pediu à polícia que deixasse a população subir nas escadas do Parlamento. Segundo testemunhas, os presentes não provocaram a polícia. Um amigo do cantor denunciou a uma rádio local que o ocorrido foi uma "tentativa de assassinato" e que a polícia jogou o gás na direção do artista.

A manifestação de insatisfação popular não ficou restrita à capital. Em Tessalônica, segunda maior cidade do país, vinte mil pessoas saíram às ruas e também foram registrados distúrbios, assim como nas ilhas de Creta e Corfu.

Perguntado pela emissora "Vima" se os distúrbios podiam ter sido prevenidos, Athanasios Kokkalakis, porta-voz da polícia em Atenas, assegurou que os agentes de segurança fizeram tudo o que estava a seu alcance.

"Não podemos dizer que estamos satisfeitos pelo que aconteceu nas últimas horas, que produziu tantos desastres", disse, numa ambígua referência aos distúrbios e à aprovação do pacote, ao qual uma importante associação policial também se opôs. "A sociedade também não está satisfeita", finalizou.

Indiferença

Alheio ao desespero popular, o tecnocrata Lucas Papademos, nomeado como primeiro-ministro de um governo provisório de coalizão, disse que “o vandalismo não poderia ser tolerado” e pediu calma à população. Segundo pesquisas, 79% dos gregos rejeitam as reformas.

 

Via Opera Mundi.

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